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TEXTO SOBRE CINEMA

Por  Jaqueline Sobriera

Entre as opções de lazer encontradas em São Paulo, o cinema lidera o ranking quando o assunto é entretenimento. E existem opções para todos os gêneros cinematográficos. Segundo o Observatório Brasileiro do Cinema e do audiovisual, só em 2015, foram lançados 446 filmes no mundo inteiro. Só no Brasil, são 2.874 salas de exibição digitais espalhadas por todo o território nacional. Já as salas de exibição em 3D, um pouco mais recentes e modernas, somam 1.190.

Mesmo com tantas opções à disposição, existem pessoas que nunca foram ao cinema. Esse é o caso da diarista Miqueias da Rosa, de 52 anos, que jamais assistiu um filme nas telonas. E o motivo vem da infância: “quando eu era jovem, minha mãe falava que no escurinho do cinema muita coisa ruim acontecia, muitas adolescentes engravidavam”. Hoje, Miqueias afirma que não tem interesse em conhecer uma sala de cinema, e que com a vinda das televisões, ficou mais fácil assistir os filmes em casa.

A diarista não é a única, segundo o IPEA, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, em uma pesquisa realizada em 2010 (a última realizada), 54% dos brasileiros nunca pisou em uma sala escura e 26% raramente assistem filmes nas telonas. Um dos motivos mais citados pelos entrevistados foi o preço alto do ingresso. Mas será que os ingressos são realmente tão caros? Entre 2008 a 2015, o preço médio saltou de RS8,16 para RS 13,59 em território nacional. Entretanto, não podemos deixar de lado o valor do salário mínimo, que em 2008 correspondia a R$ 415,00, e em 2015 saltou para RS 788,00, elevando o poder de compra do brasileiro.

Se pesquisarmos sobre assunto, é possível encontrar diversas matérias divulgadas em 2012 sobre o preço do ingresso com a seguinte afirmação: São Paulo tem o ingresso mais caro que Nova York. A informação vem do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, que em 2012, comparou o preço médio de diversos cinemas no mundo com relação ao salário mínimo. Em São Paulo, o preço médio na época era de R$20,00, o que respondia a 3,28% do salário mínimo, enquanto o ingresso em Paris respondia a apenas 1,43% do salário. Entre os motivos apontados na época, estão o encarecimento de serviços no país.

Atualmente

Com as pesquisas dos órgãos responsáveis relativamente atrasada, resolvemos tentar atualizar esses dados. Usando como base os preços de uma rede de cinemas famosa no Brasil, constatamos a diferença de preço dentro do próprio território brasileiro.

 

A pesquisa foi realizada entre os meses de outubro e novembro de 2016. Enquanto o ingresso inteira custa R$ 32,00 em um Sábado ou Domingo a noite em São Paulo, na Bahia o mesmo horário equivale a apenas R$17,00, uma diferença de quinze reais.

 

Outro exemplo é Brasília, com o preço em torno de RS 33,00, enquanto em Florianópolis, cidade turística, paga-se R$24,00.

No cinema independente em São Paulo, a exclusão de público pelo valor chega

a ser maior. Para uma pessoa poder assistir um filme independente na sala, paga-se

R$30,00 na poltrona mais simples da casa.

Mundo

Durante a pesquisa, levantamos a seguinte questão: será que a diferença no preço do ingresso no mundo continua muito diferente? Para responder essa pergunta, levamos em consideração o salário mínimo de cada país.

 

Em Nova York por exemplo, o salário mínimo é pago por hora trabalhada, sendo $9,00 a hora. No final do mês, o trabalhador chega a arrecadar $1440, algo em torno de R$ 4.000. Lá, a rede de cinemas mais conhecida tem preços diferentes para crianças, idosos e adultos. Um

adulto pagaria para assistir uma sessão $15,99, ou cinquenta e três reais. Já crianças e idosos pagam S12,99, ou quarenta e três reais.

Em Nagano, no Japão, o salário mínimo gira em torno de 7 mil reais, ou 220 mil ienes. Segundo a brasileira Daniele Godoy, de 29 anos, moradora de Nagano, os cinemas da região têm preço diferenciado para estudantes do ensino médio e superior para crianças do ensino fundamental. Um adulto paga no ingresso 1.800 ienes, ou seja,

cinquenta e seis reais, enquanto um estudante do ensino médio e superior paga 1.500 ienes, quarenta e sete reais.

Munique, na Europa tem um diferencial, onde o comprador paga apenas mais um real para assistir um filme em 3D e pode levar o óculos para casa. Lá, o salário mínimo gira em torno de seis mil reais, e os cinemas variam entre R$ 35 a R$42. 

Relacionando todos os valores apresentados na matéria, conseguimos perceber

que São Paulo igual desde 2012: tendo um dos cinemas mais caros do mundo.

© 2016. Site criado pelos alunos de Jornalismo da Universidade Metodista do Estado de São Paulo

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